SINOS DA MENOR BASÍLICA DO MUNDO, EM MINAS, SÃO REFORMADOS
Em Minas, os sinos da menor basílica do mundo passaram por uma reforma.
“O toque do Angelus, são três batidas e para. Pen, pen, pen... isso é tipo um toque mais solene, entendeu?”.
A explicação é do Manoel Cosme dos Santos, o Manoel dos Sinos. Há mais de quatro décadas, ele restaura e afina esses instrumentos pelo país. Projetou o carrilhão dos sinos do Santuário de Aparecida, em São Paulo. Agora, as mãos e os ouvidos dele estão dedicados para que as notas tocadas no Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, voltem a ecoar com harmonia em uma igreja tão simbólica.
Em 2017, a igrejinha recebeu do Papa Francisco o título de menor basílica do mundo. Na época, os sinos não estavam mais lá. Eles haviam sido instalados em 2014, chegaram a tocar uma vez, mas foram retirados. O som não tinha ritmo. Agora, depois de passar por uma afinação, a melodia é como se fosse uma moldura para o paredão de montanhas cercado de beleza e fé.
Os oito sinos foram levados para o Rio de Janeiro, para oficina do Manoel. Agora, vão funcionar num sistema automatizado fabricado na Itália.
“Quatro sinos tocam com martelo, que são aqueles toques marcados. Cada teclazinha é um martelo lá em cima e tem os sinos em balanço. Esses sinos em balanço é que dão o tom. O sino é um meio de comunicação. Então, vai harmonizar igreja e sinos”, explica o sineiro Manoel.
Uma "orquestra" que renova a tradição do estado como "a terra dos sinos".
“O Santuário Basílica tem o privilégio de ser a casa da padroeira de Minas Gerais. Sendo assim, a instalação dos sinos traz um rosto mineiro para este espaço tão sagrado e tão importante para nós”, diz o padre Felipe Carvalho de Macedo, pró-reitor do Santuário.
A missa, na basílica que fica a 1.800 metros de altura, está ainda mais emocionante.
O Robson, do sul de Minas, disse que o badalar aqueceu o coração: “É um barulho bonito”.
A aposentada Maria da Gama Pereira, de 89 anos, foi com a filha e ficou encantada: “Foi lindo, lindo mesmo. Aquele sino que tocou lá dentro é muito bonito. Muito bonito mesmo”.
A costureira Idercy Garcia não conseguiu segurar o choro: “A gente não sabe nem explicar. Eu achei maravilhoso. Lindo mesmo”.